Mas o pior não é não conseguir
É desistir de tentar
Não acredite no que eles dizem
Perceba o medo de amar
Eu cresci ouvindo anedotas,
Clichês e chacotas, frustrações
Sobre amasiar, se casar,
Se entregar, seria, fraquejar
Te amo, Te amo, Te amo
Te amo, Te amo, Te amo...
E se o tempo levar você
E um dia eu te olhar e não te reconhecer
E se o romance se desconstruir,
Perder o sentido e me esquecer por ai
Mas nós somos um quadro de Klimt,
O beijo para sempre, fagulhando em cores
Resistindo a tudo
Seremos dois velhos felizes
De mãos dadas numa tarde de sol
Pra sempre
Te amo, te amo, te amo
Te amo, te amo, te amo...
Vanessa Da Mata
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Machu Picchu - Setembro 2010
Maria, a copeira, diligentemente posicionava os talheres e xícaras sobre a mesa para mais um café da manhã em Cuzco. A cena já era conhecida, mas naquela manhã gelada, quase madrugada, a ansiedade era maior, pois aquele seria o primeiro dia da trilha Inca, a caminho de Machu Picchu, no Peru.
Calado, ansioso, reservava-me a beber o café quente e perfumado e imaginar como me sairia em mais uma aventura rumo ao desconhecido, tentando disfarçar o nó que estava apertando o meu estômago, quase me fazendo enjoar.
Penso que as longas caminhadas, como essa, são sempre um motivo de autoconhecimento, pois, o medo de dar alguma coisa errada está sempre presente e temos uma tendência a menosprezar (e mesmo desconhecer) nossas capacidades.
Em 2001, quando fiz pela primeira vez uma caminhada de vários dias, o Caminho de Santiago de 780 Km, também fiquei muito apreensivo, quase em pânico, durante toda a fase preparatória e ao longo dos primeiros dias de caminhada.
Você fica achando que não vai ter força, ou resistência ou mesmo saco pra enfrentar os longos quilômetros que terá pela frente, muitas vezes desfrutando apenas de sua própria companhia, seus pensamentos, suas neuras.
Todos os que fazem este tipo de aventura devem conhecer um pouco este frio na barriga de que estou falando.
Os dias, no entanto, vão passando e a coisa toda vai ficando mais digerível. Suas pernas avançam confiantes pelas estradas e trilhas, as dores e o medo já não são as coisas que mais preocupam. Agora, a iluminação para as fotos, a temperatura da água do rio para o banho ou a chuva, são os problemas que necessitam de atenção imediata. Suas pernas ficam em segundo plano e normalmente não decepcionam.
Venha desfrutar deste mundo e conhecer a pessoa totalmente desconhecida que está adormecida dentro de você.
Logo, você deixará de pensar que estas pessoas são malucas ou masoquistas e perceberá que as longas caminhadas são como um bálsamo para a alma.
Meu Amor pelas caminhadas, quase um vício, não dá sinais de que vai acabar tão cedo. É possível que minhas pernas acabem antes. Todo ano, sinto que um eu interior, pouco conhecido, me chama para mais uma loucura deste tipo...
Calado, ansioso, reservava-me a beber o café quente e perfumado e imaginar como me sairia em mais uma aventura rumo ao desconhecido, tentando disfarçar o nó que estava apertando o meu estômago, quase me fazendo enjoar.
Penso que as longas caminhadas, como essa, são sempre um motivo de autoconhecimento, pois, o medo de dar alguma coisa errada está sempre presente e temos uma tendência a menosprezar (e mesmo desconhecer) nossas capacidades.
Em 2001, quando fiz pela primeira vez uma caminhada de vários dias, o Caminho de Santiago de 780 Km, também fiquei muito apreensivo, quase em pânico, durante toda a fase preparatória e ao longo dos primeiros dias de caminhada.
Você fica achando que não vai ter força, ou resistência ou mesmo saco pra enfrentar os longos quilômetros que terá pela frente, muitas vezes desfrutando apenas de sua própria companhia, seus pensamentos, suas neuras.
Todos os que fazem este tipo de aventura devem conhecer um pouco este frio na barriga de que estou falando.
Os dias, no entanto, vão passando e a coisa toda vai ficando mais digerível. Suas pernas avançam confiantes pelas estradas e trilhas, as dores e o medo já não são as coisas que mais preocupam. Agora, a iluminação para as fotos, a temperatura da água do rio para o banho ou a chuva, são os problemas que necessitam de atenção imediata. Suas pernas ficam em segundo plano e normalmente não decepcionam.
Venha desfrutar deste mundo e conhecer a pessoa totalmente desconhecida que está adormecida dentro de você.
Logo, você deixará de pensar que estas pessoas são malucas ou masoquistas e perceberá que as longas caminhadas são como um bálsamo para a alma.
Meu Amor pelas caminhadas, quase um vício, não dá sinais de que vai acabar tão cedo. É possível que minhas pernas acabem antes. Todo ano, sinto que um eu interior, pouco conhecido, me chama para mais uma loucura deste tipo...
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
A QUEM ME SILENCIA E INQUIETA...
A fruta dessa espera amadurece
Enquanto o mais secreto de nós dois
Permanece no escuro. E só depois
Da chuva (ou do vento) que arrefece
o calor primitivo da estação
Provamos o sabor que tem o enigma
Da semeadura. Ou, ainda, o estigma
Que têm sempre as esperas sem razão.
Seremos nós um ser no breu imerso
Vivendo sem ventura um universo
Imaginário, para sempre sós?
Assim por acaso, - ou meditação -,
Talvez exploda um mundo de paixão
Tão belo que não mais coubesse em nós...
(Raul Passos)
BUCARESTE, ROMÊNIA, 20/02/2009
Enquanto o mais secreto de nós dois
Permanece no escuro. E só depois
Da chuva (ou do vento) que arrefece
o calor primitivo da estação
Provamos o sabor que tem o enigma
Da semeadura. Ou, ainda, o estigma
Que têm sempre as esperas sem razão.
Seremos nós um ser no breu imerso
Vivendo sem ventura um universo
Imaginário, para sempre sós?
Assim por acaso, - ou meditação -,
Talvez exploda um mundo de paixão
Tão belo que não mais coubesse em nós...
(Raul Passos)
BUCARESTE, ROMÊNIA, 20/02/2009
Sem assunto
Não tenho ambições nem desejos.
ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho.
...
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem sabe o que é amar…
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
... A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Fernando Pessoa
ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho.
...
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem sabe o que é amar…
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
... A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Fernando Pessoa
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