A fruta dessa espera amadurece
Enquanto o mais secreto de nós dois
Permanece no escuro. E só depois
Da chuva (ou do vento) que arrefece
o calor primitivo da estação
Provamos o sabor que tem o enigma
Da semeadura. Ou, ainda, o estigma
Que têm sempre as esperas sem razão.
Seremos nós um ser no breu imerso
Vivendo sem ventura um universo
Imaginário, para sempre sós?
Assim por acaso, - ou meditação -,
Talvez exploda um mundo de paixão
Tão belo que não mais coubesse em nós...
(Raul Passos)
BUCARESTE, ROMÊNIA, 20/02/2009
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